Tendo em conta certas circunstâncias pelas quais tenho passado ultimamente, surgiu-me uma questão que me tem dado que pensar e para a qual não encontro resposta, ou pelo menos uma que seja linear, imediata e inequivóca.
Cá vai ela:
até que ponto é que podemos afirmar que quem se sujeita a tudo em nome do amor (traições, faltas de respeito, agressões físicas e verbais) apenas o faz não por amor mas sim por falta de amor próprio?
E:
Será mesmo verdade que, só porque alguém se sujeita a tudo em nome do amor, não se ama a si prórpio?
E ainda:
Será mesmo verdade que só a falta de amor próprio nos pode levar a suportar tudo ou o amor, intenso e muito forte, também o pode fazer?
Eu sei que quem não se ama não pode amar ninguém, e com isso concordo, mas será que não somos abusivos quando ligamos logo a sujeição à falta de amor próprio?
Há dias dei comigo a dizer a uma pessoa: "de certa forma admiro-te porque não seria capaz de me sujeitar a tanto em nome do amor" mas depois fiquei a pensar: sou eu que nunca amei como ela ama ou sou eu que tenho mais amor próprio?
Gostava muito de ler as vossas opiniões sobre isto.
Carta ao Pai Natal 2024
Há 1 mês
2 comentários:
Eu continuo a achar que as pessoas confundem outras coisas com amor.
Nesses casos acho que até podem amar, mas têm é de admitir que traições e agressões (físicas ou não) são sinal de falta de amor por parte do outro, e no amor, como em tantas outras coisas, não se pode levar a vida a puxar sozinho para a frente.
Quanto à falta de amor próprio, não sei se é o grande motivo.
Acho que o mais grave é mesmo ficar com aquela pessoa por medo de ficar só. Ou por se achar que não se vai voltar a gostar tanto de outra pessoa. Ou por ter medo simplesmente de aquilo ser o melhor que se arranja.
O amor próprio é importante, mas mais importante ainda é não ter medo... O medo é o verdadeiro oposto do amor.
Já me questionei sobre isto várias vezes: "Falta de amor próprio ou excesso de fé no Amor"?
Recrimino a falta de fé que se vive nos dias de hoje. Tudo é demasiado descartável e substituivel. Mas também já passei por uma situação muito pouco saudável, por acreditar que a força e a fé do meu Amor seriam capazes de inverter o que estava a viver.
Anos volvidos a situação de facto inverteu-se, mas não pela força do meu amor. Ainda não sei bem como nem porquê (ironia do destino, talvez!), mas o que é certo é que o meu Amor Próprio aumentou muito e acredito que isso tenha sido visivel aos olhos do outro.
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