segunda-feira, 11 de junho de 2007

Não quando as pessoas dizem que nós estamos a fazer alguma coisa mal e a propósito disso acrescentam: "e já não é de agora". E não tem a ver com me dizerem que estou a fazer algo mal. Isso é normal, não sou perfeita e farto-me de falhar. E até nem me custa muito dar o braço a torcer e dar razão aos outros. É mesmo o "e não é de agora".

Bolas, então mas se não é de agora, porque é que só disseram agora? É que, por acaso, se tivessem dito antes, talvez nós até tivessemos concordado e tivessémos alterado esse tal comportamento. Pelo menos tínhamos tido oportunidade de o fazer.

Porque muitas vezes nem reparamos que fizemos algo que uma pessoa não gostou. E se não nos disserem, nunca vamos saber. E o que me irrita mais do que tudo é reparar que algo no comportamento dessa pessoa mudou em relação a nós, mas achar "pronto, ok, eu não sou o centro do mundo (e também para não me estar a fazer de vítima, porque odeio esse papel), se calhar passa-se alguma coisa na vida dele que o está a afectar e por isso é que está diferente, não tem nada a ver comigo" e depois perceber que afinal se passava mesmo alguma coisa, que a alteração de comportamento tinha mesmo a ver com algo que fizemos e a pessoa não gosto, mas que não disse. Não nos deu sequer oportunidade para mudar ou explicar.

E também me chateia pensar que a pessoa não disse, mas quando surge nova oportunidade diz "já não é de agora" quase como um truno. "Vês, fizeste isto mal, eu não gostei. E para te provar que tenho razão, já não é de agora". Bolas mais uma vez. Se incomodou na altura, digam na altura. Ou ~se não dizem na altura, calem-se para sempre, como dizem os senhores padres. Mas, já agora, se for importante, não mudem o comportamento face a nós por causa de uma coisa que nem nos passa pela cabeça. Digam-nos, custa assim tanto? É que podemos nem sequer ter reparado que vos incomodava! Só assim de repente. É que não somos masoquistas e a amizade de há tanto tempo ainda vale alguma coisa. Ou não?

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